Mais um spoiler da fic Síndrome de Estocolmo da Caderninho Azul... Logo, logo tem mais.
Acordei com a sensação que levara um
soco na cabeça ou que um carro passara debaixo de mim. Tentei levantar,
mas uma tontura tão forte passou pelo meu corpo que tive que usar todo o
poder de concentração para não vomitar no elegante tapete de mais uma
casa desconhecida.
E eu achando que não havia nada pior que ressaca.
Talvez fosse isso, talvez fosse uma consequência do abuso de poderes.
Eu estava esgotada, todas minhas forças tinham sido drenadas. Mas, pelo
menos, parte da sanidade estava voltando e consequentemente a culpa
pelas ações.
Durante o período que fiquei fora do ar, tudo era assustadoramente
real. A profecia não te transforma em algo que você não é, ela só
potencializa a sua verdadeira personalidade. Aquela que você tenta
esconder com o bom senso. E durante as poucas horas, eu manipulei
Halliwell - é, dessa eu não me arrependo mesmo -, uma trouxa inocente
que provavelmente estava morta por minha causa e Gina que nunca ia me
perdoar. Eu percebi pela situação dela e de Eric que Harry já sabia o
que tinha acontecido. Pouco antes de ser atingida, assisti Harry
tentando matar Eric e falhando.
-Hermione?
Com os cotovelos apoiados nos joelhos, levemente encurvada virei para
Eric, que também acordava depois de horas de sono induzido.
-Eric - assenti cansada.
-Que horas são?
Meus olhos decaíram sobre o relógio atado a parede rústica de Olívio.
-Já passa das três da tarde - eu o informei passando a mão pela
cabeça, perguntando-me onde estava Gina e Olívio. Provavelmente dormindo
em camas confortáveis ao invés de um sofá duro.
Eric me encarou por um tempo além do considerado normal e confortável.
Aguardei pacientemente a coragem chegar para que ele finalmente
falasse.
-Nós temos que conversar.
-Sim, nós temos - concordei avançando em sua direção prendendo minhas
mãos em seu pescoço. Se todos começaram a achar que tinha perdido a
cabeça, era hora de lucrar algo com essa história toda. - Chegou a hora
de mostrar as cartas.
- Do que você.. - ele balbuciou arregalando os olhos.
-Sabe muito bem do que estou falando, não dê uma de sonso para cima de mim. Como você sabia o que aconteceu comigo na guerra?
Espero ter sido clara suficiente, porque sinceramente mal tinha forças
para me continuar de pé, que dirá ameaçar alguém mantendo aquela
estranha posição intimidadora, a qual não estava habituada a
interpretar.
Quem eu queria enganar? Estava exausta, essa vida desgastante de nômade já havia sugado toda minha energia.
Contudo, Eric parecia genuinamente intimidado.
-Eu.. - ele pigarreou parecendo um tanto desconfortável - eu estava lá.
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