sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Spoiler

Mais um spoiler da fic Síndrome de Estocolmo da Caderninho Azul... Logo, logo tem mais.



Acordei com a sensação que levara um soco na cabeça ou que um carro passara debaixo de mim. Tentei levantar, mas uma tontura tão forte passou pelo meu corpo que tive que usar todo o poder de concentração para não vomitar no elegante tapete de mais uma casa desconhecida.

  E eu achando que não havia nada pior que ressaca.

  Talvez fosse isso, talvez fosse uma consequência do abuso de poderes. Eu estava esgotada, todas minhas forças tinham sido drenadas. Mas, pelo menos, parte da sanidade estava voltando e consequentemente a culpa pelas ações.

  Durante o período que fiquei fora do ar, tudo era assustadoramente real. A profecia não te transforma em algo que você não é, ela só potencializa a sua verdadeira personalidade. Aquela que você tenta esconder com o bom senso. E durante as poucas horas, eu manipulei Halliwell - é, dessa eu não me arrependo mesmo -, uma trouxa inocente que provavelmente estava morta por minha causa e Gina que nunca ia me perdoar. Eu percebi pela situação dela e de Eric que Harry já sabia o que tinha acontecido. Pouco antes de ser atingida, assisti Harry tentando matar Eric e falhando.

  -Hermione?

  Com os cotovelos apoiados nos joelhos, levemente encurvada virei para Eric, que também acordava depois de horas de sono induzido.

  -Eric - assenti cansada.

  -Que horas são?

  Meus olhos decaíram sobre o relógio atado a parede rústica de Olívio.

  -Já passa das três da tarde - eu o informei passando a mão pela cabeça, perguntando-me onde estava Gina e Olívio. Provavelmente dormindo em camas confortáveis ao invés de um sofá duro.

  Eric me encarou por um tempo além do considerado normal e confortável. Aguardei pacientemente a coragem chegar para que ele finalmente falasse.

  -Nós temos que conversar.

  -Sim, nós temos - concordei avançando em sua direção prendendo minhas mãos em seu pescoço. Se todos começaram a achar que tinha perdido a cabeça, era hora de lucrar algo com essa história toda. - Chegou a hora de mostrar as cartas.

  - Do que você.. - ele balbuciou arregalando os olhos.

  -Sabe muito bem do que estou falando, não dê uma de sonso para cima de mim. Como você sabia o que aconteceu comigo na guerra?

  Espero ter sido clara suficiente, porque sinceramente mal tinha forças para me continuar de pé, que dirá ameaçar alguém mantendo aquela estranha posição intimidadora, a qual não estava habituada a interpretar.

   Quem eu queria enganar? Estava exausta, essa vida desgastante de nômade já havia sugado toda minha energia.

  Contudo, Eric parecia genuinamente intimidado.

  -Eu.. - ele pigarreou parecendo um tanto desconfortável - eu estava lá.

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